Aquela pobre garota, eu falo dela, pois dela ninguém sabe para poder falar. Nunca usou fita no cabelo, nunca usou sapato de boneca. Muito facilmente ela passa por você sem ser notada, a sombra do silêncio habita seus grandes olhos e cabelos negros, qualquer um que os visse se perderia na imensidão escura deles, mas ela quase não os mostra a ninguém. Magra e quase pequena demais, mas não tanto assim, ela seria do tipo de garota a qual as canções que não tocam na rádio falariam sobre, se alguém soubesse dela para falar.
Menina escondida mostre seus olhos, no meio das flores em sua roupa preta ela deita e observa o céu, desaparecendo em meio á névoa, ninguém sabe para onde vai, e ninguém sabe dela para perguntar.
Se alguém soubesse dela poderia falar, que passa horas perdida em meio ás areias desertas de uma praia qualquer, construindo os castelos flutuantes de um reino proibido, moldando pétalas, emprestando seu perfume ás flores e ensinando as borboletas á voar. Colecionando chaves de portas esquecidas que não levam a nenhum lugar. Recortando palavras passadas para o futuro moldar. Soprando a água salgada do mar só pra ver uma onda se formar. Vestindo rendas pretas para com os corvos dançar. E no fim tudo se torna uma imensidão escura que ela guarda para ninguém encontrar.
Ela passa por você, e você não vê, não consegue enxergar. Porque você não sabe dela, nem nunca viu ela para notar, que a menina não existe, mas não está lá para provar.
Texto sem noção cheio de rimas estúpidas que deu vontade de escrever.
Nenhum comentário:
Postar um comentário